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Uso do bigode

Transcrição

Houve uma época em que o uso do bigode constituía uma excentricidade. Poucas pessoas o usavam, pela falta de estímulo ambiencial. Os que o possuíam tiravam «carta» de teimoso, enfrentando a «onda» da cara depilada. Depois, a coisa mudou. A jovialidade descobriu que era elegante ter bigodes e barbas grandes e iniciou uma nova era, com o patriarcado dos «bigodudos». Passou a ser muito vulgar o uso do bigode, variando em tamanhos, formas e disposições. Isto explica que haja bigodes psicodélicos, avançando pelas narinas, pela boca e pela borda extrema dos lábios. Há bigodes ricos na forma e no conteúdo, perfumados e malcheirosos, os tratados a loção e os que se nutrem da «água lodosa que desce da torneira».

Há bigodes cheios de reentrâncias, que mais se assemelham às pirâmides do Egito e os há pintados a cosméticos, finos e bastos, aparados ou retorcidos às extremidades. Mas de todos esses bigodes, o que mais me impressionou até hoje foi — depois do lindo e rico bigode do Theobald — o que vi na sexta-feira, no interior do Banco Itaú América, plantado à superfície facial do sr. Pedro Gonçalves Lopes. É um bigode artístico — segundo o sr. Pedro Novarini — que já fez sucesso até no programa do «Chacrinha». Branco, retorcido às extremidades e cofiado de instante a instante pelo seu simpático possuidor, pode-se dizer que é um caso típico de bigode, que reclama um seguro de vida …, por que até mesmo um barbeiro descuidado pode pô-lo em ruínas…