Presto, aqui, neste espaço, uma homenagem a meu avô, de quem herdei o nome e a responsabilidade de honrá-lo.

Quando ele fechou os olhos à luz, em 17 de julho de 2008, aos 83 anos, eu não tinha, ainda, a noção exata do que ele representara, em sua vida profissional.

Em 2008, logo após seu falecimento, reuni todos os seus guardados, inúmeras pastas com recortes de jornal, que não passaram por mim despercebidos.

Defrontei-me com uma coluna, intitulada “Fatos em Revista”, redigida entre 1962 e 1971, no Jornal de Petrópolis, em artigos diários, por meio da qual manifestava sua opinião sobre temas cotidianos, fatos políticos, casos jurídicos, sobre a realidade da época, não apenas da sociedade petropolitana, mas do País.

Muitos artigos parecem ter sido escritos atualmente, nada tendo mudado em nossa sociedade, meio século depois.

As suas opiniões são em grande parte atuais, mas podem parecer retrógradas em algumas temas sociais que evoluíram ao longo dos anos, mas nem por isso deixo de compartilhá-las, ainda que discorde de suas manifestações sinceras.

A publicação destes artigos permitirá que filhos, netos e bisnetos das pessoas citadas possam reviver a memória de seus antepassados, um privilégio que eu tive solitariamente, até então.

O saudoso João Francisco encerrou sua trajetória profissional como Desembargador, em 1994, mas antes disso foi Juiz de Alçada, Advogado, Deputado Estadual, Vereador de Petrópolis, Contador, Professor de Português, Colunista e Inspetor estudantil.

Como forma de manifestar minha gratidão por tudo que fez por mim, dando-me o nome, inclusive, presto essa homenagem a meu avô, para que seus escritos se perpetuem, como era provavelmente sua intenção, ao catalogar os guardados, que estão agora digitalizados e disponíveis a quem interessar, na realidade virtual da geração vindoura.

João Francisco Neto

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